A palestra irá abordar a relação entre imagem em movimento e dança a partir do ponto de vista da montagem audiovisual. Como o corte modifica a percepção do corpo que dança? Como o alarga, em termos de possibilidades de criação? Serão apresentadas algumas videodanças, e as analisaremos a partir da teoria do cineasta soviético Lev Kuleshov e de escritos da cineasta Maya Deren, atentando-se em como o campo da videodança se utiliza e pode se utilizar das técnicas de edição.
A oficina será teórico/prática e pretende produzir pequenos materiais em plano sequência, através de uma investigação sobre os corpos femininos e sua relação com a cidade e outros corpos. Trazendo informações que possam aumentar as possibilidades de criação dentro da área de videodança, assim como as formas de interação da sua imagem com a câmera e o espaço.
A partir de inquietações iniciais para processos de investigação e criação no campo da videodança, sobretudo de artistas mulheres na América Latina, apresentamos para essa oficina uma proposta de análise cine-coreográfica. Compartilharemos reflexões de poéticas corporificadas por meio da análise de três obras de três artistas mulheres pioneiras da videodança na América Latina: Analivia Cordeiro – Brasil, Pola Weiss – México e Silvina Szperling – Argentina. Apresentamos nossa escolha e interesse por essas artistas, como referências importantes no campo da videodança, na América Latina, em um recorte que perpassa os anos de 1970 a 1990 (recorte do projeto de pesquisa que segue em andamento, da Pós-Graduação em Artes Cênicas pela UFOP). Como disparador e aporte teórico-prático, pretendemos compartilhar essas obras das artistas Analivia Cordeiro, Pola Weiss e Silvina Szperling e fazermos uma breve contextualização histórica, no intuito de observar, analisar, refletir sobre esses materiais, e propor perguntas, questões, intervenções, ações a serem compartilhadas ao longo da oficina. Partimos da abertura e troca para levantar e investigar possibilidades de estudos, ideias, processos de criação e análise em videodança, levando em conta repertórios, referências, experiências e impressões de cada um/a, entre mediadoras e participantes. Buscamos na relação entre corpo-câmera-imagem-movimento possibilidade de ressignificação de sentidos e realidades na construção de narrativas visuais “corpóreas” em movimento, que ampliem a percepção de nossos corpos expandidos, para tantos modos de mover, (re)compor, analisar e refletir no campo da videodança.
Oficina teórico-prática para pensar e experimentar a trilha sonora em videodança. Serão apresentadas, discutidas e experimentadas as propriedades do som (altura, duração, intensidade e timbre) em exercícios práticos de música corporal. Num segundo momento serão abordados caminhos para se pensar em arranjos musicais tendo por base essas propriedades, abordando também as possibilidades de narrativa sonora por ênfase ou distinção do que é mostrado nas imagens. Será explorada a sonorização de trechos de danças em vídeo, utilizando músicas que façam parte do repertório musical prévio das presentes e ou improvisos sonoros das participantes.
A oficina de Práticas Audiovisuais: O corpo em movimento pretende promover um encontro com mulheres negras profissionais da dança ou não, mas que desejam ingressar ou aperfeiçoar as suas criações a partir de uma análise teórica sobre a performance audiovisual contemporânea proporcionada pelo cinema negro feminino.
Essa Aulação é uma composição entre mulheres (em suas múltiplas singularidades) e espaço. É um convite a experienciar uma aula que seja uma performance; um jogo com a coreografia urbana ordinária; uma ação de composição de mulheres e espaço urbano. Trata-se de uma aula que já é assumidamente uma ação, um acontecimento num espaço que não é neutro. Este, têm elementos frequentemente experimentados e estudados no campo da dança, artes visuais e vida: memórias, histórias, territórios, movimentos, rastros, enquadramentos, formas, cores, luzes, texturas, cinesferas, gestos, temporalidades e potências de efeitos de sentido. Tudo isto em movimento. Quais efeitos de sentido uma experiência de composição de corpas mulheres diversas com um determinado espaço não neutro podem provocar? O que isto pode mover? Para tanto, com atenção à fisicalidade e experiência no texto espaço, lançaremos mão de práticas simples de improvisação em dança numa abordagem somática e composicional, a fim de jogar com o mesmo.